Nossa missão é atender crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.

Estudantes do ensino fundamental e médio; moradoras de comunidades carentes da cidade do Rio de Janeiro. Entendemos que, de forma ampla, podemos auxiliar através de uma rede integrada e solidária a caminho de uma educação lúdica e transformadora, na formação de sujeitos (crianças, adolescentes, pais, familiares e educadores) para que não sejam peças manipuláveis de uma engrenagem, mas, sim, participantes ativos da sociedade.

Tudo dentro de um ambiente acolhedor, visando transformar cada um em seres humanos melhores, através da arte e do diálogo franco.

Por estarmos localizados no bairro da Gávea, na zona sul do Rio de Janeiro, a princípio o nosso propósito é atender crianças e adolescentes da comunidade da Rocinha. Pelo último censo do IBGE a Rocinha apresenta um baixo IDH (índice de Desenvolvimento Humano). A forma como a comunidade constituiu-se no decorrer dos anos não foi diferente das demais favelas do Rio. A falta de políticas públicas destinadas à população carente, sempre contribuiu para que houvesse os chamados aglomerados subnormais (denominação utilizada atualmente pelo IBGE).

Com uma área de 877.575m2, segundo dados do Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos (IPP-RJ), a Rocinha cresceu com total falta de infraestrutura, atualmente é a maior favela da América Latina com uma população estimada em mais de 180.000 habitantes (informações que instituições comunitárias locais utilizam para elaborar diversos projetos). Podemos concluir que, dentro desta estimativa, não sabemos ao certo quantas crianças e adolescentes frequentam escolas formais e informais.

Hoje a comunidade vive a dicotomia de ser favela e bairro (determinação decretada em 1993). Esta passagem não apresentou melhorias para a comunidade que continua com falta de direitos essenciais como saneamento básico, segurança e lazer. Os poucos e precários serviços públicos que funcionam na comunidade como, escolas, postos de saúde e outros, não suprem o necessário para a grande demanda, o que contribui cada vez mais para a precária e difícil qualidade de vida local.

Temos um objetivo comum de educar e ensinar; ser solidário com as necessidades individuais da criança e do adolescente, em sua capacidade para relacionar-se com as pessoas, sentirem-se queridas, desafiadas e compreendidas para que confiantes, façam suas descobertas e se comuniquem com a sociedade fora do núcleo da Rocinha.

Nossa proposta de trabalho, em contínua busca de qualidade e aperfeiçoamento no atendimento, é sobretudo oferecer: vivências e experiências culturais, criativas, alegres e divertidas como o teatro, passeios, brincadeiras, música, arte em geral, que proporcionam sentimentos de acolhimento, amor, carinho e compreensão. Após algumas etapas até o encaminhamento dos adolescentes ao Programa Jovem Aprendiz, onde receberão treinamento adequado para exercerem a respectiva cidadania no mercado formal de trabalho. Esta é a nossa principal e final etapa de trabalho. Estamos convictos que, esta é a concretização e última etapa da nossa atuação com esses adolescentes, dentro destes princípios, o Instituto VIVARTE estará cumprindo com sua atividade fim, ou seja, contribuindo para a formação de indivíduos capacitados para a vida em sociedade.

Em nosso País é notória a realidade social precária, vivida por crianças e adolescentes menos favorecidos em estado de vulnerabilidade. É grande a dificuldade em ter acesso básico a oportunidades que promovam o desenvolvimento e autonomia. Com este fato em evidência, o VIVARTE interage no sentido de oferecer o acesso a prática de atividades ligadas às artes para as pessoas que se enquadram nesse lugar de carência, preenchendo o vazio com o positivismo que a arte em geral, utilizada como ferramenta, como as atividades lúdicas oferecem, a voz do coração, conectando o Ser pelo Sentir de cada integrante.

Por meio desta conexão, facilitar o fluir das emoções, auxiliando participantes a vivenciarem a liberdade de expressão, potencializando a autoestima e valorização do próprio “eu”, expressados de forma autêntica e espontânea; a ferramenta artística utilizada e aplicada em cada sessão, funciona como uma oportunidade de desenvolvimento das capacidades individuais, em um ambiente seguro e acolhedor.

A extensão do Instituto atua preparando adolescentes para o mundo do trabalho, com o despertar de competências sócio emocionais, isto é, desenvolvendo e capacitando integralmente crianças e adolescentes, em prol de alcançar realizações mediante ao envolvimento benéfico na sociedade, assim como, no mundo do trabalho. Através de metodologias e estímulos específicos para uma formação integral de crianças e adolescentesprotagonistas, preparando-os para assumir os desafios da vida adulta.

A formação integral é um conceito que defende o desenvolvimento dos sujeitos para além da sua dimensão intelectual. A formação integral considera o aperfeiçoamento de aspectos físico, social, emocional e cultural dos indivíduos que excedem a sala de aula.

O VIVARTE começou através de atividades lúdicas que ajudam na busca da identidade e melhoria da autoestima, assim como a descoberta do trauma efetivo e, diante do acolhimento e pertencimento oferecido pelo Instituto que tem como um dos seus pilares, a restauração e o fortalecimento da autoconfiança e consciência dos indivíduos.

A adolescência constitui-se como uma importante etapa do desenvolvimento humano, sendo marcada por características biopsicológicas relacionadas ao crescimento corporal, à maturação sexual e aos contatos interpessoais, apresentando o contexto social como fator importante para a construção do adolescente como sujeito de valores, crenças e atitudes. Esta fase se refere a uma época de maturação do indivíduo que sofre ingerências sociais, culturais e ambientais (REIS et. al., 2013). Por este motivo, é tão necessária a promoção e desenvolvimento de ações que atendam de modo integral as demandas referentes à esta fase do desenvolvimento.

A avaliação e acompanhamento, inicialmente, será realizada por meio de relatórios semestrais, registros fotográficos e feedback daqueles que são responsáveis dos menores atendidos, onde serão diagnosticados os impasses e as facilidades encontradas nas características idiossincráticas de cada indivíduo.

Na fase inicial do Instituto VIVARTE, pode-se constatar que houve grande evolução tanto na parte relacionada à interação dos adolescentes, como na manifestação de interesse a respeito das atividades artísticas. É necessário seguir, anualmente, com o acompanhamento quantitativo e qualitativo.

Consideramos que, até o presente momento, o Instituto VIVARTE, atingiu com sucesso os resultados esperados que são demonstrados nos relatórios mensais & anuais do Instituto. A Equipe VIVARTE mantém a constante troca de informações com as diretorias dos abrigos responsáveis por alguns dos participantes, com os pais ou responsáveis dos menores e o feedback com relação a melhora comportamental dos participantes vem sendo altamente positiva em vários sentidos.

Todavia, reconhecemos que há muito ainda a ser feito, sendo a nossa pretensão, cada vez mais, aperfeiçoar o trabalho em andamento, programar novas atividades, aumentar o número de menores a serem atendidos. Para esta realização, necessitamos buscar e formalizar novas parcerias, angariando recursos para que o VIVARTE consiga a devida e necessária expansão para continuar dando segmento ao trabalho em progresso.

Até o momento contamos como os parceiros

● Instituto da Criança – Pedro Werneck;

● Escola da Gente – Claudia Werneck;

● Murilo Sabino Gestor do Projeto Ruas;

● Tânia Bulhões.